E se as mulheres dominassem o mundo?

Caros,

Segue uma crítica, um texto, sei lá... uma reflexão "profunda" sobre o assunto.

Muito bom. Leiam o texto abaixo, não é porque foi meu marido quem escreveu. É porque é realmente genial...

Boa noite.

Beijos

Dani Rocha


By Ella Vangloria, Is Vanity Fair?, June, year 2222 - Express Edition


200 anos após a extinção do homem, a Mulheridade celebrava o seu apogeu. Já não se viam mais estádios de futebol, tampouco cervejas Duff espalhadas pela sala. Nem mesmo o tendencioso Museu de História Natural de Londres, notadamente conhecido como um reduto andrógeno, sequer continha mais em seu acervo a famosa coleção de cuecas Brakes for rules, bikes and shits like that de DicK Le Cock [um dos últimos ativistas do F.A.L.I.C. (Females Are Lost in Control), grupo de notável resistência que se refugiava em barracas armadas e batalhava pelo endurecimento da luta na sobrevivência do sexo masculino e, por conseqüencia, do sexo em geral].

Anos e ânus se passaram e a Mulheridade viu a falência da Bayer (principal vendedora de analgésicos do planeta), celebrou a morte do Corinthians por total falta de torcedores (Rebatizado como Cana FC, anos mais tarde, por ex-presidiárias), fez carreata com os inofensivos sãopaulinos e aplaudiu o surgimento das famosas Penal Colonies, centros de reprodução individuais e customizados com Penal Shots para a produção em série de novas seres-mulheres com chips de cartão bradesco no lugar de seu ultrajado sistema neuro-encefálico.

Ali, na Penal Colony, em poucos anos, o novo gadget da Apple o iAmcoming (sigla para i-artificial method for core mixing in genetics), o vulgo consolo, erigiu-se como objeto de desejo tão cobiçado quanto uma hora no Jaqueline-Janine ou um cartão No Limits da AmericanWomanExpress. "Reinventou-se a vagina e seus desejos de consumo." Declarava St.Eva De Blou Jobs, tida como a mãe da Apple. (Apple, por sinal, tornou-se um grande símbolo do poder da mulher sobre qualquer homem. - Assim como Eva assumiu o lugar de Zeus dentro da mitologia (que 100% das mulheres considerava uma novela que passava na Sony, segundo a Revista Marie Quer Porque Quer!). O pior: Hommer tornou-se o pior xingamento que alguma mulher poderia sofrer.)

Foi difícil, pode-se dizer que foi duro para a Mulheridade, perceber a virilidade da nova invenção. Em poucas semanas, a ingênua Apple se viu obrigada a abrir as pernas para o mercado. Lançou o software iMarta, um guia interativo sobre a vagina 3.0. Apesar de o sotware inundar túneis como as águas cândidas de um rio, as mulheres queriam mais. Lançaram o iFucker 200-Relax and Fly, mas suas vendas provocaram quedas vertiginosas nos índices macroeconômicos do mercado de iErection. Houve ágio sobre os produtos iCare, iDon't Care e iAmnotsure. Coincidentemente a venda dos ultrapassados taiêr disparou. Várias bolsas ao redor do mundo quebraram: Louis Vuitton, Victor Hugo, Cartier, Bennetton, Armani e até mesmo as da Maria Bonita coleçao-feiras. Foi um horror gente!!!!

A Mulheridade recomeçava a flertar com um novo futuro: o de ir pro cacete. Lutar por um desejo reprimido, uma necessidade de auto-conhecimento e de preenchimento do vazio interior. Mas, antes disso o pânico tomou conta da mulheridade: uma barata cruzou a quinta avenida. Plash. Acabou o pânico rapidamente, pois o costume de não saber dirigir fez com que uma mulher atropelasse a barata. Todavia a histeria imperava. Balzaquianas devoravam Freud. Mas o pânico subitamente virou nojo. Tamanha descarga emocional provocou um raro, mas não incomum, efeito colateral, quase extinto na evoluida primata Madre-sapiens-homo-nec-sapiens: a temida Chico (changes in controlling), vulgarmente chamada de sangue primitivo ou TPM (Total predisposition for madness).

Contudo a mãe-natureza é sábia. E no caso de tantas filhas solteiras, agilizada também. Providenciou tudo o que estava ao seu alcance e fez evoluir do macaco a versão DOS 1.0 do homem: o Homo-erectus-II. No fundo ou na frente, era o que realmente importava. A Mulheridade de bosques com mais vida e com seios cheios de amores e silicones precisava mesmo era de uma clava forte. E como no solo ou na cama sempre foi filha de mãe tão gentil, não negou suas raízes. Fulgurou o florão da américa, toda iluminada. E, feito diabo, vestiu prada.

Depois de tantas eras geológicas, findou-se a mais efêmera de todas, a era do Comunismo de Mastercard, a era do esquizofrenozóico, com mezozóico indiano na sala, jurássico-rústico no quintal e paleozóico brilhante no pescoço. Findou-se a era da Mulheridade. O recém-renomeado e reerguido Hommer-Erectus triunfava novamente. Mas um mistério rondava a cabeça das redominadas sub-hommer-obligatio-dandi-ad-erectus. Não, não era "onde eu pus a chave do carro?". Não, não era "que roupa eu ponho hoje?". Lideradas por Margareth Tatcher, Rita Cadillac (pra chamar a atenção), Gretchen, Xuxa, Joana Darc (inseparável de sua espada), Hilaria Clinton, Lilian Ramos, Rosemary Fogueteira, Carlota Joaquina e outras expoentes de significância social, as partidárias do PAUBRASIL (partido das autoridades em Utererê do Brasil), cantou em uníssono uma canção ao som do trio andro-elétrico de Ivete Sangalo: "Minha pequena Eva, (só as biscates: EVA!!!) o nosso amor na última astronave (EVA!!!) assim no infinto eu vou voar sozinha com você ...". Estava lançado o zigoto para a continuação da história. Por isso, vai já pra cozinha, liga a TV, fofa, e não perde as cenas do próximo capítulo. Porque hoje eu não conto o resto, nem que a clava tussa.

"qualquer coincidência de nomes ou fatos é mera casualidade ou plágio descarado"

Mau

Pensar em nada

Hoje, dia lindo. Agora 2h da manhã, noite linda...

Estava aqui sem pensar em nada, peguei um livro do Pessoa e a primeira página que abri, falava do bem de não pensar em nada.
Aí pensei: "Vou escrever no meu blog. Apenas digitar, sem pensar, apenas transcrever, sem julgar, apenas, colocar palavras e não pensar..."

Nem pensem, leiam Pessoa...

Boa noite.

Beijos

Dani Rocha

Não estou pensando em nada
E essa coisa central, que é coisa nenhuma,
É-me agradável como o ar da noite,
Fresco em contraste com o Verão quente do dia,

Não estou pensando em nada, e que bom!

Pensar em nada
É ter a alma própria e inteira.
Pensar em nada
É viver intimamente
O fluxo e o refluxo da vida...
Não estou pensando em nada.
É como se me tivesse encostado mal.
Uma dor nas costas, ou num lado das costas,

Há um amargo de boca na minha alma:
É que, no fim de contas,
Não estou pensando em nada,
Mas realmente em nada,
Em nada...

06/07/1935 - Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)

Sobre a Vida e a Morte

"O medo da morte, no homem, é a compreensnao de seus pecados.

Quanto mais espiritual o indivíduo faz a sua vida, menos medo ele terá da morte. Para uma pessoa espiritual a morte significa libertar o espirito do corpo. Tal pessoa sabe que as coisas com as quais vive não podem ser destruídas.

Só os que não vivem tem medo da morte.

Se, como disse Sócrates, a morte é o estado no qual nos encontramos durante o sono tornando permanente, sabemos todos qual é o estado, e sabemos que não há nada de terrível nele. E se a morte é a transferência para uma vida melhor, como pensam muitos, então a morte não é um mal, mas uma benção.

Devemos aprontar-nos para a morte, porque ela virá, mais cedo ou mais tarde. O melhor a fazer é levar uma vida boa. Quem leva uma vida boa não há de ter medo da morte."

Leon Tolstoi.