Dorotéia...



ESTREIA: DOROTEIA, DE NELSON RODRIGUES

Enfim, após 8 meses de pesquisa eis que estréia "Dorotéia", de Nelson Rodrigues, com direção de Eloisa Vitz, minha assistencia de direção e também de Elam Lima.
O espetáculo é realmente o trabalho mais desafiador, para mim, não somente nestes 9 anos de Grupo Gattu, como também em toda minha carreira como atriz. Acredito que a força e a delicadeza inovadora na direção e nas interpretações estão trazendo um caráter todo especial para a peça, aliados as imagens construidas que nos ligam com nosso lado mais intimo com bastante sutileza. Uma obra de arte! Espero por vcs.

Estréia dia 05 de setembro
Teatro Gil Vicente - Av. Rudge, 315 - Campos Eliseos (dentro do prédio da UNIBAN)
Sábados às 21h e domingos às 20h
Ingressos: R$ 30,00 (www.gattu.com.br)

Beijos

Dani Rocha Rosa

Águas nunca passam

O que me resta se eu não for aquilo que acredito que sou?
O que fazer com tudo que me surge em mente?
Informações que chegam aos sentidos sem alguma explicação
Me faz os poros transpirar...
A carne treme, a alma sente, nada se explica claramente
Largo rio de pequenas flutuacões
Quando chega este momento, percorro as águas, luto contra o vento
Arrasto razões, procuro noções e nada vejo
Creio que o tudo e o nada são a mesma coisa
Nada vejo, senão a mim mesmo
Tudo vejo, além de mim mesmo
Pequena flutuação num rio indecifravel
Sem Norte nem Sul
Multicores tingindo o meu olhar
Reflexo no além que espanta
Dentro de mim, somente o rio
Aguas que vem e vão numa sequencia inexplicável
As vezes correnteza, as vezes calmaria e as vezes maré baixa
Mas é sempre, só água.

Boa noite/

DRR

Secreta Alma Lavada

Não trabalho, não como, não durmo
Num vazio desconhecido perambulo
Vazio tão vazio que cabe tudo
Um pouco do tudo, desconhecido novo mundo
Um pouco inconstante um muito aspirante
Gélido... vazio constante
Tremula... clarividência da minha alma
Minha frágil casa vazia
O tudo vem, me varre como um rio
Acalorado, denso e quente
Me arrasta, leva tudo
Não sobrou nada
Suja e lava
Revela o meu nada
Escancara o meu vazio
Não trabalho, não como e não durmo
Depois lavrada, nasce tudo
Forte, firme, nova e feliz. O que?
Talvez a vacilante e forte
Raiz insconstante, mis-te-ri-o-sa: secreta alma.

Boa noite

DRR

Desejosa temperatura da alma...

Desabafo, só um bafo, um desabado no quarto frio que encontro solitário
Um encontro com o vazio, com desabado momento moral
Uma escolha e um arrepio que num bafo torna quente ou frio o momento do vazio
Sem consolo, com o solo me solo num encontro solitário de um abafado vazio
Vazio de consolo num encontro desejado mas que causa arrepio
Só a baforada do tempo e o encontro solitário me trará quente o momento vazio
Vazio desconsolo que abre espaço para o novo bafo, abafado, desabafo quente, muito quente
Muito frio, quente, frio, frio e quente, quente de arrepio
Hoje noite abafada e solitária, vazia ainda de minha presença
Puro desabafo ensaiando para o novo bafo nem quente, nem frio, nem que causa extremo arrepio
Desejoso bafo eterno que sopra os extremos a cada...desejosa temperatura da alma. Te espero calma.

Boa noite.

Bj

DRR

Poesia para Dani

"Olhos enigmáticos,
penetrantes,
que revelam apenas o que nos deixa ainda mais inquietos:
uma fresta de sua alma multipla,
infinta
e inconstante.
Olhos de Dani,
desconsertantes."

por Andréa Bucci