Nada disto é Meu

Nada do que eu digo vale a pena...
As vezes acho que vale a pena tentar o tudo
Deixar-me envolver por novos caminhos,
Abrir o forte espirito para se entender o fraco
Levantar e saber que tudo faz parte do tudo
E que vivo para o tudo, para o mundo
Aih, tudo neste mundo vale a pena?
Se eu escolher as cores e deixar-me fundir
Com a generosidade que se tem uma criança ao nascer?
Será que abrir os olhos é abrir mão do que se acha que é?
E quem sou?

As vezes acho que vale a pena tentar o tudo...
E na solidão envolvente me deixar viver.
Sou parte do nada?
Queria varrer estes pensamentos de mim
Apenas viver
Abrir os olhos e viver
Com a generosidade de uma criança que abre os olhos ao nascer.
As vezes, até acho que vale a pena tentar...
Livrar-se, viver...
Livrar-se de que?
Do que fui até este segundo?
Melhor calar.
Acho melhor calar e colocar-me frágil
Com a força da fragilidade necessária para ouvir este momento
Apenas reflexões banais. Entender-me...

Impossível?
Não, possível. Melhor, po-ssí-vel.
Ou, possívelmente enlouquecerei o quanto mais eu falar
Falo a mim, baixinho e me espanto
Nem sempre, nem sempre vale a pena falar...
Jogo fora este surto, este momento, este pensamento
Nada disso me pertence...

Depois o lerei e isto será parte de um nada
Um momento que se foi e que possivelmente
Abrirei os olhos e as cores serão outras...

Deixo a quem quiser... nada disto é meu!

O telefone tocou...

Aih mundo, vasto mundo...

Daniela Rocha Rosa

Um comentário:

Anônimo disse...

Dani! Que texto mais lindo! AMEI!!! Infelizmente o tempo é efêmero e o que vivemos intensamente em um momento se perde logo em seguida. Se esquece! E dá lugar a um outro instante que se torna mais incrível e memorável! Por quanto tempo? Provavelmente muito pouco... e assim sucessivamente... E quando penso: meu Deus, quanto tempo passou! Percebo que já se foram anos... Deixo aqui um enorme beijo pra vc de sua amiga Elaine T Rossi